1º Capítulo: Quase real

Nota da autora: Esse capítulo é narrado por um personagem que só será apresentado em outros capítulos. Por isso preste atenção!

            Ela é de uma beleza extrema e incomparável. Júlia. Eu não acreditava que começaria isto novamente. Ela teria que me conhecer um dia, iria perceber que tudo que eu faço é verdadeiro. Ela não me veria. Ela talvez não acreditasse que eu existo. Isso seria a minha maior lástima. Mas ela sentiria minha presença, minha proteção, sentiria como nós seríamos ligados por algum sentimento inexplicável. Eu queria enviá–la minhas mais sinceras apresentações com antecedência, isso é completamente estranho. Foi o que eu menos quis, nos outros casos. Ela parecia simples quando se tratava de beleza e complexa quando falamos sobre sentimentos. Sua maneira de andar é de uma leveza tão incomparável, que provavelmente todos paravam para olhar, seu cabelo caído sobre os ombros nos faz imaginar como ela consegue aquela textura e perfeição de ondas... Talvez a ondulação de seu cabelo fosse mais linda que as ondas do próprio mar. Seu sorriso é tão ardente e ao mesmo tempo tão puro, que eu poderia olhar um dia inteiro, e sempre sorrir junto a ela. Seus olhos, ah! Seus olhos são tão intensos que conseguem me levar para onde eu quiser. Ela parece um anjo, ela não merece nada que possa estragar essa beleza incrível e natural presente nela. Ela é tão simples, mas é essa sua simplicidade que a torna o que ela é: maravilhosa. O que eu estava sentindo realmente? Ela deveria supostamente ser uma estranha qualquer. Mas ela não é. Ela é a mais completa e perfeita garota que eu havia conhecido, e eu já conheci diversas. Em contraditória, ela é também, a mais inatingível, a mais inalcançável. E eu, eu sou o quase real que sempre estará aqui, entre um dia, entre uma semana, entre um mês, entre um ano, entre uma década, entre um século e quem sabe um milênio.

“Ela é apenas uma menina, ela não merece isso. Ela não merece você! Ela merece muito mais. Um dia encontrará o amor de sua vida. Envelhecerá, terá filhos e quem sabe netos. Contará sobre você e todos acharão que ela está louca devido à idade. Você se tornará apenas uma vaga lembrança. Ela será feliz e conseqüentemente você estará feliz... Até a sua morte, que será inadiável para ela.” – Tentei me convencer, tentei. Sem chances.

Ela chegou, ela dormiu, ela está aqui. Pronta para recomeçar, e eu pronto para “re–apaixonar”.